Um Minuto

A divagação não é fortuita. Sobreveio-me após assistir a "Cold Mountain". A biografia de alguns minutos de amor que alteraram dramaticamente a vida de um homem que decide desertar do exército sulista na Guerra Civil norte-americana, para voltar a uma relação que era pouco mais do que uma promessa. Nenhuma novidade nisso tudo: o filme só me fez lembrar que até hoje alguns minutos de minha vida se refazem repetidamente, instantes que transcendem à lei do relógio e se fixam nas paredes de minha consciência. É essa distensão do tempo que dá mais sentido à existência. Minutos cheios de vida, que compensam o vazio de muitos outros.
Do filme, uma lição. O que vale todo um calvário de sacrifícios em nome de um sonho que dura apenas um minuto? A resposta simples: um minuto de sonho feito real pode perdurar indefinidamente na memória; uma vida insípida, vazia de amor, pobre de desejo, esfumaça-se na morte, fim natural de tudo, afinal, que esteriliza o sonho.
Comentários
Ter te conhecido foi um minuto que valeu uma vida!
Bjos