Da natureza do amor
Entre as poucas verdades que já compreendo está a de que ninguém, senão eu mesmo, pode me fazer pleno. Ilusão pensar que outra alma terá tal poder de encher-me de vida. Curioso, portanto, chegar à conclusão de que uma relação plena entre dois corações só acontece entre almas que não se precisam, mas que se regozijam em sua plenitude, que podem dar do que têm e não vivem a subtrair do coração agrilhoado doses diárias de amor, num vício que as fragiliza nas incertezas e desencontros da vida.
O que me segreda a consciência é que nenhuma outra alma está destinada a me tornar pleno. Nenhuma outra alma nasceu para me amar. Nasceu - isto sim - para converter-se ela mesma na sua fonte de amor. E assim, autônoma, ser capaz de amar libertária e incondicionalmente.
Amar em plenitude não significa, para mim, amar com exclusividade. Primeiro, porque é da natureza do amor ser inclusivo. O amor jamais descarta corações que já tocaram a profundidade de seu universo íntimo, que provaram de sua beleza, oculta e manifesta, e que já degustaram nos beijos as lágrimas do amor.
Verdadeiros amores não são jamais esquecidos. Simplesmente passam a povoar o campo dos sonhos, na impossibilidade de um beijo desafiar a realidade e rasgar um véu de cômodas aparências.
Comentários
Sim, amor, a liberdade nas diversas formas de amar, não dá espaço para o vilão, "O MEDO", causador das incertezas e inseguranças...
texto!
Bjo